Apoiamos organizações em todo o mundo que trabalham para garantir que as pessoas participem integralmente da vida cívica e política, desafiem o poder em segurança e tenham acesso a informações precisas e confiáveis.
O contexto
A América Latina é a região mais desigual do mundo. Disparidades na distribuição de riqueza e privilégios estão interligadas com desigualdades estruturais de gênero, raça, etnia, sexualidade e idade, entre outros. Quando crises emergem, mulheres, e pessoas jovens, LGBTQIA+ e negras são algumas das mais afetadas - exatamente as que têm menor participação na vida cívica e política.
Ao mesmo tempo, a confiança na democracia está sendo minada por lideranças políticas e instituições que não representam e não trabalham pela a totalidade da sociedade. Este cenário abre caminho para o surgimento de figuras autoritárias que ameaçam liberdades e direitos. No debate público, as plataformas de mídia social alimentam divisões sociais, em meio à disseminação descontrolada de desinformação, discurso de ódio e conteúdo danoso. As narrativas predominantes na mídia tradicional e na indústria do entretenimento são, em geral, controladas e definidas pelas elites. Enquanto isso, jornalistas e ativistas enfrentam violentas agressões.
Nosso foco estratégico
Apesar da complexidade dessas questões, acreditamos na possibilidade de um futuro melhor para a América Latina. Pessoas defensoras de direitos humanos e jornalistas, particularmente representantes de grupos que foram historicamente excluídos, estão se mobilizando e promovendo mudanças. São pessoas que questionam os poderosos, defendem direitos básicos, transformam narrativas tradicionais, produzem jornalismo de qualidade, atuam pela liberdade de expressão e pressionam por mais representação e participação política.
Trabalhamos junto a esses grupos, apoiando sua atuação e assegurando-lhes o direito de participar dos processos que moldam a sociedade. Fazemos isso em Argentina, Brasil, Colômbia e México - as maiores democracias e os países da região onde já temos um histórico de impacto junto à sociedade civil e à mídia.
Nossas prioridades
Aumentar a representação em instituições políticas e nos espaços de formulação de políticas públicas
Mulheres, pessoas jovens, LGBTQIA+ e negras estão entre os grupos que enfrentam obstáculos estruturais para acessar espaços de poder e participar integralmente da vida cívica e política. Financiamos iniciativas que colocam ferramentas digitais a serviço dos movimentos e campanhas de base, apoiando representantes de grupos historicamente excluídos para que se tornem lideranças. Trabalhamos também pelo surgimento de narrativas mais plurais, que denunciam injustiças e promovem a inclusão e a valorização da diversidade.
Apoiar uma sociedade civil mais eficaz e preparada para enfrentar ameaças
Para as pessoas defensoras dos direitos humanos, ativistas e jornalistas, os países da América Latina estão entre os mais perigosos do mundo. As agressões contra pessoas que desafiam e questionam o poder só aumentam. Por exemplo, a Colômbia tem o mais elevado número de assassinatos de líderanças da sociedade civil e ativistas, enquanto no México, jornalistas enfrentam intimidações e violência todos os dias. Fornecemos ferramentas e facilitamos treinamento em segurança para aumentar a resiliência dessas pessoas. Também defendemos a proteção e a justiça em nome de quem atua sobre ameaças, ataques e violências.
Ampliar o alcance e o impacto do jornalismo independente
Na América Latina, os meios de comunicação tradicionais estão concentrados nas mãos de poucos grupos de elite. Apoiamos veículos digitais independentes comprometidos em fiscalizar o poder e diversificar vozes e pontos de vistas em sua cobertura, além de lançarem luz a temas relevantes aos grupos sub-representados. Temos o objetivo de ajudar a mídia independente a aumentar seu alcance e impacto, fortalecer sua independência financeira e sustentabilidade.
Proteger a liberdade de expressão e combater a desinformação e o discurso de ódio
As plataformas de mídia social precisam se comprometer com a transparência. As regras de moderação de conteúdo em geral, desenvolvidas com base no contexto europeu e norte-americano, negligenciam as dinâmicas nacionais e locais de outras regiões. Isso facilita a amplificação de narrativas nocivas, visões extremistas e a disseminação de informações falsas e enganosas. Em resposta, documentamos os danos causados pelas Big Techs, financiamos e participamos de campanhas para aumentar a conscientização do público em geral sobre o tema, e defendemos melhores políticas de moderação de conteúdo. Mais especificamente, atuamos por uma regulação das plataformas de mídias sociais que proteja a liberdade de expressão, ao mesmo tempo em que responsabilize as empresas por priorizarem o lucro em detrimento da segurança e bem-estar das pessoas.
Nossas parcerias
Por mais envolvimento das comunidades de base na política
No Brasil, a Luminate tem parceria com o Instituto Update, uma organização que trabalha para aumentar o envolvimento e a representação de mulheres, pessoas negras, LGBTQIA+ e jovens de na política. O Instituto oferece às lideranças comunitárias as ferramentas e habilidades de que necessitam para mobiliza-las ao mesmo tempo em que cria um espaço para que troquem experiências e aprendam umas com as outras.
Pela proteção dos direitos humanos on-line
Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social é uma organização brasileira que luta pela liberdade de expressão, por uma mídia democrática e por uma internet livre, aberta e inclusiva. Ela tem sido uma voz importante contra a concentração dos meios de comunicação, tanto nas plataformas tradicionais, quanto digitais. A Luminate é parceira do Intervozes para promover uma abordagem centrada nos direitos humanos na busca por uma regulamentação do ambiente digital. No início de 2022, o coletivo foi fundamental para garantir uma emenda ao chamado PL das Fake News (2630/2020), a fim de proteger a liberdade de expressão e assegurar mais transparência por parte das empresas de tecnologia no combate à desinformação.
Combate à violência e à opressão do Estado
Organização da sociedade civil baseada na Colômbia, a Temblores (Tremores, em tradução livre) trabalha para combater a exclusão, a violência e a discriminação, promovendo os direitos das pessoas que foram historicamente ignoradas pelo sistema legal. A violência policial é um problema específico no país, cujo impacto é desproporcionalmente maior sobre mulheres, jovens, pessoas LGBTQIA+ e negras. A parceria entre a Luminate e Temblores busca combater a violência policial e seus efeitos. Exemplo deste trabalho se deu durante a onda de manifestações políticas no país em 2021, quando Temblores forneceu apoio jurídico a mais de 200 manifestantes vítimas da ação policial. A organização também liderou a iniciativa de um litígio estratégico para regulamentar o uso da força durante protestos. Atualmente, defende a reforma estrutural da Polícia Nacional Colombiana.
Investir em abordagens inovadoras para a reportagem investigativa
Esta organização de mídia independente colombiana se dedica ao jornalismo investigativo e de dados. Seu objetivo é fiscalizar o poder de perto, revelando, especialmente, casos de abusos, corrupção e violações de direitos humanos. Ela também trabalha para que as pessoas tomem decisões políticas informadas. Com o apoio da Luminate, Cuestión Pública (Questão Publica, em tradução livre) vem experimentando novas maneiras de contar histórias, enquanto aumenta seu alcance e impacto. Por exemplo, para as eleições de 2022, criou o “Jogo dos Votos”, uma série para desvendar as ligações entre famílias ricas e candidaturas políticas que concorriam a um cargo naquele pleito.